terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Aprofundar a crise e afundar o país

O pior Orçamento da nossa História Democrática, o pior para o país e para a generalidade dos portugueses, é o resultado de um Governo que já nem esconde a sua determinação em materializar o mais puro neoliberalismo, mesmo que isso continue a aprofundar a crise e a afundar o país.

O Orçamento de Estado, agora aprovado, asfixia a economia, prolonga a austeridade e aprofunda a recessão. Remete reformados e pensionistas para a mais completa penúria, rouba o sonho aos jovens que querem trabalhar e retira a esperança dos desempregados em voltarem ao mercado de trabalho.

Ao contrário do anunciado momento de viragem ou de fim de ciclo, este orçamento prolonga políticas que já provocaram um milhão e meio de desempregados, a emigração de 220 mil famílias, a destruição da nossa produção, o disparar da dívida, o aumento das desigualdades sociais e continua a colocar em causa a nossa própria soberania.

Este orçamento procede a uma descarada transferência dos rendimentos dos cidadãos e dos apoios sociais para os capitais financeiros, para a banca e para os grandes grupos económicos seja através de juros agiotas, das rendas abusivas e escandalosas das parcerias publico-privadas, dos swaps ou através da redução do IRC.

Este orçamento mantém objetivos de redução do emprego e de destruição do Estado Social e do setor público. Este é um Governo que insiste em governar fora da Lei e do quadro constitucional estabelecido.

Não é por isso estranho que a dívida pública continue a aumentar. Pois não é objetivo de Governo reduzi-la.

As demonstrações de descontentamento, os protestos, as manifestações, as greves e a forte oposição a este Governo nunca serão demais até que este caia e se criem condições para pôr fim à austeridade e investir na produção do país, na criação de emprego, na dinamização do mercado interno e no fortalecimento e reconquista dos direitos que têm estado a ser espoliados aos Portugueses.

(...) «Os Verdes» terminam um ano em que assinalaram os 30 anos de existência com um património de lutas e de ação ecologista de grande valor de um projeto em franco crescimento e com cada vez maior capacidade de mobilização e de organização.

Vão continuar a ser as nossas prioridades a defesa dos serviços públicos, a defesa de uma produção nacional que dinamize o mercado interno e as economias locais, a promoção da eficiência energética, a defesa dos serviços públicos e o direito universal a esses serviços, a defesa da democracia e a defesa dos ideais de Abril.

É por isso importante e primordial continuar a fortalecer este projeto ecologista em Portugal, participando, congregando esforços e lutando por mais democracia, por reconquistar direitos e por um futuro saudável para as próximas gerações.


Folha Verde nº 84
Novembro-Dezembro 2013

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